O suco de uva traz inúmeros benefícios à saúde e o consumo cresceu na pandemia. Mas para aproveitar as características da bebida ela tem que ser pura. Uma certificação criada por um grupo de empresas produtoras criou o Selo Suco de Uva Puro. Uma certificação rigorosa, com auditorias e critérios assegura que o suco é 100% puro.

Este grupo criou a Associação Brasileira de Elaboradores de Suco de Uva Puro, de Flores da Cunha (RS) e faz o processo por meio de auditorias do Instituto Totum, certificadora independente com sede em São Paulo. 

Para ser puro o suco de uva deve ter somente uva. Não pode ter adição de água, açúcar, corantes, conservantes ou antioxidantes (produto químico utilizado na produção do suco para evitar a oxidação do produto). 

“Para elaboração de produtos com tamanha pureza, que os diferenciem dos demais disponíveis no mercado, exigiram das empresas associadas, investimentos importantes em tecnologias avançadas em todas as fases da elaboração, na pasteurização, na homogeneização, envase e armazenamento, com rígidos controles e análises laboratoriais”, ressalta o responsável pela gestão da Associação Brasileira dos Elaboradores de Suco de Uva Puro e pelo programa de certificação, Aguinaldo Lima, da AJLima Estratégias em Agronegócio.

Antes de vigorar, o programa de certificação passou por avaliação do Ministério da Agricultura e obteve o registro do selo junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). E para assegurar as condições exigidas de controle e auditoria, as análises dos sucos são realizadas em laboratórios acreditados pelo Inmetro. Portanto, toda a aplicação da certificação é independente, isenta e sem qualquer interferência das empresas associadas nas etapas do processo de concessão do selo.

Como funciona a certificação?

Para dar início ao processo a empresa que elabora o suco de uva, deve informar as marcas que ela deseja obter o selo e apresentar todas as documentações técnicas exigidas, de acordo com as normas estabelecidas no programa de certificação adotado pela associação. A certificadora realiza a coleta dos produtos diretamente nos pontos de comercialização pelo país, identifica cada embalagem com um código e envia para o laboratório para realização das análises, definindo o verdadeiro suco de uva puro.

“Caso apresente alguma não conformidade, o laudo é enviado para o fabricante, que terá a oportunidade de corrigir as falhas e submeter o produto novamente às análises, se assim desejar. Outra etapa é a checagem técnica do rótulo das embalagens, para verificar se todas as informações estão de acordo com a legislação vigente. Estando tudo certo, é emitido um laudo de conformidade, em seguida é encaminhado para um comitê técnico da própria associação, que avaliará os resultados e fará a deliberação de autorização do uso do selo”, ressalta a diretora Sistêmica e de Relacionamento do Instituto Totum, Celina Maria Tückumantel de Almeida.

Conclusos os processos, a certificadora emite um certificado de uso do selo para a marca autorizada e um respectivo QR Code, que com o selo, constituirão o rótulo do produto. O consumidor, ao efetuar a leitura do QR Code, acessa as informações do produto e da empresa que o elaborou. Todo esse procedimento é repetido anualmente.

Desafios do produtor de suco de uva puro

O selo do suco de uva puro vem com o desafio de descomplicar a vida dos consumidores. Para identificar o verdadeiro suco de uva, é fácil e prático. A embalagem, que estiver identificada com este selo, oferece o verdadeiro suco de uva. “O selo nos dá a oportunidade de informar o diferencial e o verdadeiro significado de nosso esforço na sua elaboração, com todo o processo rastreável desde a plantação, envase e até a rotulagem, ou seja, qualquer lote que tenha uma não conformidade, conseguimos rapidamente detectar. Mas isso nem chega a ocorrer, porque temos total controle desde a uva no pé da videira até o final da produção”, ressalta um dos associados Pablo Perini.

Como em sua empresa são produzidos vinhos, todos os processos foram adequados, para que não haja contaminação cruzada. “É como o suco de laranja que você espreme e bebe. Porém, no caso da uva, para termos o melhor resultado de saúde e sabor, é necessário o contato com as cascas da fruta em temperatura controlada e com equipamento que isola o oxigênio. Trata-se de um tratamento físico e não químico, mas que precisa de tecnologia. Há muitos anos oferecemos sucos de uva tintos e brancos de qualidade e pureza absoluta, que agora são chancelados com este selo de pureza. Sem dúvida uma garantia para os consumidores”, ressalta Perini.

De acordo com a associação, a produção dos diversos tipos de sucos de uva em 2019 foi de 185,8 milhões de litros. “Há um crescimento importante, mas nem todos são sucos de uvas puros, o que acaba confundindo os consumidores na hora da compra. Tenho certeza de que o crescimento poderia ser ainda maior, se o suco de uva realmente fosse puro. Cada vez mais as pessoas buscam por produtos de qualidade, que tragam bem-estar e saúde”, ressalta o consultor Aguinaldo Lima.

O Rio Grande do Sul é responsável por mais de 90% da produção total de vinhos e suco de uva e cerca de 85% dos espumantes do país. A área plantada com videiras no Brasil, em 2019, foi de 75.731 ha. Rio Grande do Sul é o principal produtor que respondeu por 62,72% da área vitícola nacional. O estado do Paraná, com 4 mil ha, teve um acréscimo na área com viticultura de 11,11%. Santa Catarina reduziu sua área em 6,06%, totalizando 3.999 ha em 2019.

FONTE: Agrolink

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